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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Fora de hora

Por ironia, os produtores de FlashFoward (FF) não tiveram um flash do futuro. Se tivessem, teriam adiado a produção até que as séries do tipo "o que está acontecendo aqui?" voltassem à moda.
Com Lost acabando e a ABC buscando desesperadamente uma sucessora para série cultuada, a divulgação exagerada da estória que tratava de um apagão global que dá visões do futuro a toda a população mundial, funcionou como fogo amigo.
Em um momento diferente da TV, onde muitos já tinham se irritado e desistido dos mistérios de Lost, desacreditando na possibilidade de uma explicação coerente - o que de fato ocorreu - para a série que apesar do fim, marcou época na TV, vender uma nova Lost não só criava expectativas altas demais, como também afastava parte da audiência americana, que não queria ver outro Lost.
Em épocas onde American Idol e outras realitys bobagens nivelam por baixo o público norteamericano, foi um erro apostar em mistérios e conspiração mundial.

E não deu outra: considerada um dos maiores fiascos da TV, FF foi cancelada com o final em aberto. Mas, apesar das críticas a dos problemas reais - concentrados basicamente na primeira fase de sua exibição, o seriado foi eficiente em contar uma trama com roteiro convincente (dentro dos parâmetros da ciência ficcional, claro) e amarração coerente.

A previsão do futuro e as consequências desta visão para cada um, se pode ou não mudar ou influenciar os fatos, como age nas escolhas individuais, as bifucarções onde as escolhas podem moldar o futuro. E a questão fundamental: pode-se mudar o futuro? Tudo isto foi tratado com eficiência. Não brilhantismo. Mas foi eficaz, redondo. E com lógica.

É bem desanimador perceber que nada mudou na TV. O próprio fim de Lost foi um exemplo de que é fácil perder o rumo para agradar e ser entendido. E o cancelamento de FF corrobora a visão - confirmada ainda mais pela onda "mais do mesmo" que vem por aí na temporada que vem das séries - de que continuaremos a ter enésimas franquias de dramas policiais e sitcoms de riso fácil por muitos e muitos anos.
O efeito Lost passou e não basta ser cult com público específico, é preciso agradar geral. FF era uma série cara e não teve a "liga" que lLst conseguiu na primeira temporada com o elenco carismático e a paisagem paradisíaca.
A lentidão de alguns episódios da fase inicial e o inchaço de personagens condenou FF sem dó. Audiência vê, audiência não gosta, audiência não volta para tentar uma segunda ótica.

Só que a coisa engrenou. Até Dominc Monagan acertou o tom e deu empatia ao personagem. No episódio final, eu já quase gostava dele...E principalmente, amarrou as pontas do mistério sem cair na armadilha do surreal.
Série de tv é assim: você se envolve com o tempo. Lost foi única, despertou empatia de cara. Geralmente, as tramas têm momentos de picos e marasmo até o alcance de um ritmo. Foi assim com Fringe.

Os fãs ainda sonham com uma sobrevida. Tanto que devem realizar uma série de apagões em Los Angeles, Nova York, Chicago, etc, para chamar a atenção dos executivos da ABC. Apelam para outras ações também, mandando calendários e braceletes com referência a acontecimentos da trama. É incrível como a criatividade de alguns fãs têm se mostrado muito mais bacana do que a existente na mente de roteiristas e executivos por aí...

O fato é que dificilmente a série volta. Joseph Fiennes, por exemplo, já está no elenco de outra produção: Camelot, que vai revisar a lenda do rei Arthur. Infelizmente, acho que jamais saberemos o que ocorreria entre 2011 e 2015 - os flashes do segundo apagão.

Um comentário:

  1. Logo de começo já tive problemas com essa série, odeio Joseph Fiennes... Sério, ele não me convence. Mesmo assim comecei a ver, parei no sétimo episódio, nem sei o porque... Nem tive vontade de continuar.

    Achop que peguei um pouco de trauma com série de mistério, já assisti o piloto de duas - novas - séries: Persons Unknows ( ne verdade, essa é uma minissérie) e a inglesa Pulse... Gostei da primeira, mas não tive paciência para essa segunda.

    Vamos ver como vai ser agora, vou continuar com Person Unknow, já que só apénas 13 episódios.

    Abraço, adorei o blog!

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