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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Crepúsculo para iniciantes

Deixando pré conceitos de lado, mergulhei nos filmes da saga Crepúsculo. Foi a aventura do feriado. E foi boa, confesso.
Para curtir os filmes, não se deve buscar uma mitologia tradicional de vampiros, de filmes como Drácula, do Coppola ou algo do tipo. Na boa, nem tudo na vida precisa ser absolutamente denso e complexo. Deve-se só embarcar por um tempinho na onda dos vampiros purpurina. Pode ser um guilt pleasure nem tão guilt assim.
O que foi surpreendente foi constatar que os filmes, ao menos, não são ruins como esbrabejam por aí tão avidamente...São um leve divertimento pop, que deve atingir mais as teens, claro, mas não têm nada imbecilizante como euzinha mesma imaginava.
É que preconceito é uma merda, né! Muita gente não gostou, mas, boa parte, repudia mais por uma questão de preconceito com o público alvo, principalmente, do que por questões técnicas.E rótulos são sempre estupidos mesmo...Assim como achincalhar Paulo Coelho faz muita gente se sentir intelectual, meter o pau em Crepúsculo faz muitos se sentirem mais adultos! 
Mas não precisa se empolgar. Se você é como eu e mais uma meia dúzia de seres humanos que ainda não conheciam, não espere a obra do século da ficção, nem o ápice dos efeitos visuais. 
O que os três primeiros filmes (Crepúsculo, Lua Nova e Eclipse) têm de melhor, é a contextualização de um tema mais do que explorado por cinema, tv e literatura, para um estágio e uma sensação de contemporaneidade total. Os mocinhos ouvem ipods, trocam e-mails e tal, têm amigos emos, mas continuam sendo outsiders, a metafóra mais famosa do mito vampiresco.    
Enquanto o primeiro filme é bem arrastado, o terceiro ganha em dinâmica. A estória explora o romance em primeiro plano, um pouco sobre dificuldade de adaptações dos "diferentes", na sociedade, mas não enfoca preconceito propriamente. Existe rivalidade entre os clãs de vampiros e lobisomens, nada que não se encaminhe para um entendimento mesmo que parcial.
Aliás, os lobos gigantes são muito legais e parecem cativar mais simpatia. A família morcega dos Cullens é, como deve ser, fria. Bonzinhos, mas não têm muito carisma. Exceção para o vamp mocinho, Edward, com maquiagem perfeitamente vampirizante. Mesmo so cold, o cara tem seu charme.
Já Bella não tem muito charme, mas que é fodona, é. Claro. É disputada pelos galãs teens e tem toda espécie de seres místicos/freaks/bizarros (inclui-se aí o nerd cara de fuinha que vai ao cinema e vomita por causa de filme violento) apaixonados perdidamente por ela. Ah, tá...sorte dela. Mas se Bella não é graciosamente bela, representa uma adolescente que muita garota se identifica: a deslocada, que não consegue encontrar seu lugar na hierarquias dos colégios norteamericanos e seus bailes com rainah da primavera. E é legal não terem se baseado numa patizinha esnobe loirinha, comunizinha para ser a heroína das teens de hoje.
Goste ou não, a franquia continua. O último livro, Amanhecer, será transformado em dois filmes. Afinal, é duro largar o lucro da mina de ouro. Aliás, Kristen Stewart e Robert Pattinson estão no Brasil para filmar a (spoiler) lua de mel do casal. O quarto filme deve estrear ano que vem.

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