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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Oscar e seu dom



Mais do que uma recomendação de leitura, o papo agora é sério. A dica é o livro O incrível dom de Oscar, do médico David Dosa, obra que deve virar filme pelas mãos dos roteiristas de Sempre ao Seu Lado.
A união de uma linda história com a sensibilidade dos caras que têm mão certeira para levar para as telas personagens do mundo animal, deve criar mais um daqueles épicos filmes que acabam em choro convulsivo.
Mas valem cada lágrima 



Oscar é um gato que vive na clínica Steere House Nursing and Rehabilitation Center, em Providence, Rhode Island, EUA, que abriga, em absoluta maioria, vítimas de demências, como o mal de Alzheimer .É famoso por ser acompanhamente dos doentes horas antes de sua morte. É, ele "prevê" a morte e vela o idoso durante sua partida. Mais do que companhia a quem parte, Oscar mostrou-se uma figura fundamental de apoio para os familiares que estão por perto na hora da morte, o que, sabemos, geralmente, são pouquíssimos.
Em alguns casos, Oscar é a única presença na morte.

Intrigado, e inicialmente bastante incrédulo, dr. Dosa iniciou sua própria investigação sobre o que os funcionários da clínica tanto comentavam. Passou a observar Oscar e conversou com as famílias que tiveram seus parentes velados por Oscar. É esta investigação que o médico descreve no livro.
Há relatos bastante instigantes. Oscar constuma se postar diante da porta do quarto e não da sossego enquanto não puder pular na cama do doente. Fez isto, inclusive, com um senhor que foi transferido. Enquanto ele morria na UTI do hospital, Oscar estava em seu quarto.
O médico sinaliza algumas possíveis explicações científicas para o comportamento do felino, como o dor de reação química que acontece no corpo durante a morte, mas em casos como este acima, nada parece fazer sentido.

O livro traz também uma reflexão profunda sobre as doenças causadoras de demências. por meio das narrativas das famílias, ficamos sabendo da angústia e frustração que o Alzheimer traz para todos os envolvidos. Para quem vivenciou a doença, como eu com meu avô paterno, é uma terapia interessante saber que tudo aquilo que foi sentido, a culpa, a distância do doente, é comum. Para quem não passou por isto, vale para refletir sobre a importância de aproveitar o dia atual, os pais e avós enquanto os têm por perto sãos e salvos, inteiros e ainda cuidando de nós.
Fica muito nítido nas experiências contadas, e na minha própria, que a pessoa com Alzheimer morre bem antes de quando seu coração para. É como viver com um fantasma.

Sobre Oscar, não tenho opinião formada sobre o que o faz ter este comportamento. Afinal, gatos são as criaturas mais inexplicáveis do reino animal. Gatos mandam, claro. Uma ode aos felinos!

Oscar foi inspiração para o episódio Here Kitty (s05e18), nos áureos tempo de House.
O gato do episódio, entretanto, parecia mais o de Cemitério Maldito (Pet Cemetery), do que com o Oscar real, que lembrauma gatinha que tive.     
House explica o comportamento felino como uma necessidade de se aquecer junto aos pacientes com febre. Mas, se não me engano, fica algo no ar... 


Um comentário:

  1. Na hora de clicar seguir este blog sempre dá pau! Sempre acontece comigo. Meu nome de seguidora é JL, era pra ser Sarita, mas alguma coisa deu errado... Mistérios do blog...

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